quinta-feira, 29 de outubro de 2009

a pedido And p a p o d e b o l s o

Crônica:
Título: À Rodoviária

O trânsito de sexta-feira é sempre tumultuado , em se tratando de São Paulo raras exceções ele nos surpreende e não seria diferente dessa vez só porque estavam caminho à rodoviária. A impaciência pode ser
expressada através da fala,dos gestos , cada pessoa demonstra-a de um jeito . Nesse maldito congestionamento tem gente que não se segura, xinga , esbraveja ,
fazem coisas terríveis expressando angústias que nem sempre provém do momento,não era esse o caso deles.
Durante o caminho e espera da partida estranha conversa ,solta,sem nexo,anexo na vontade de dar, sair, mostrar, cobrir, despir-se, colocar, fugir, encontrar, percebe-se através destes verbos ações barroquinas provenientes dela.Mas voltando ao papo que tiveram esse da rodoviária não foi diferente assim de tantos outros que tentaram ter,talvez a diferença fosse o tempo imprevisto que ficariam sem se ver ou o término de um sentimento que causava medo ou a vontade que ele
tinha de liberá-la, continuando a envolvê-la.Contudo ela não lhe disse a frase que um dia recebeu do Cristiano,outrora quando foi visitar sua família, ”Embora longe,estejamos sempre perto bem juntinhos, através da lembrança”,também com o que ouviu pensou mesmo em esquecê-lo,pois sempre com palavras ele se coloca bem distante da pobre donzela é como um príncipe presente,lindo ,maravilhoso,gentil ,que está com sua mão erguida acenando tiau para amada,ela com seus olhinhos de jaboticaba grande e doce,fica olhando e admirando com olhar preso no dele,acena.Consciente que não é a única a receber visita do amado,começa a trabalhar tal assunto,porque já nem sabe em que lugar ficar,no coração dele onde está. Primeiro quer aceitar a liberdade que recebe e partir,daí fica relembrando daquele pezinho roçando o seu,bem abraçadinho......seus pés abraçando ele todinho...ah,quanto querer.....por isso que é bom eles
juntinhos,pensa ela,ultrapassa corpos,é bonito de se admirar,a cada novo reencontro estão mais próximos do pé de feijão,sendo muito menina ela associa seu gozo e paraíso ao caminho que Joãozinho percorre para encontrar o pé de feijão,o tesouro, ou seja,quanto mais caminhar em direção ao outro e derrubar barreiras que criamos em nós,perto estaremos da felicidade =
paraíso=gozo,assim desenrola o sexo em sua concepção, uma maneira de explicar.Ele é todo dado e está sempre a procurar,através do olhar aqui,acolá. Pedrinho diz a Maria:
- Quanto mal t faço!
Ela responde:
-Quem não pára para olhar,nada vê, fica tudo emaranhado,muito rápido,não dá pra conhecer e assim a vida passa sem sentido,sem sem sentidos,talvez um breve contemplar que não dá para experimentar.Ninguém dá para alguém aquilo que não tem.
Os dois despediram-se sossegadamente,depois de uma
breve corrida.Ele a colocou no ônibus e observou a
saída,ela com sua calma ainda desceu e lhe deu um
beijinho,seus olhares vagaram no tempo,acenaram.
- Quanta paixão,fiquei com inveja,moça bonita com
dono,comentou o motorista,mal sabia ele.
Assim deixaram à rodoviária.

Arlete Magalhães / acho q final de 2005

Um comentário:

  1. Arl, adorei seu estilo, escreve mais, vai. Não entendo nada de recursos literários e estilos, só sei que acho muito bacana esses diálogos contados.show. bjs!

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